BILLBOARD POSTA REVIEW DE SHOW DA TOUR: «VÊ-LA AO VIVO É UMA PEREGRINAÇÃO PARA ALIMENTAR A ALMA DOS AMANTES DO POP»
A Billboard foi num dos shows em Atlantic City e publicou hoje uma review do show!
Confira traduzido:
Há cinco anos, Britney Spears apostou em uma residência em Las Vegas. Antes considerada como um território mais adequado para dínamos vocais como Frank Sinatra ou Céline Dion, a jogada arriscada de Spears como uma princesa do pop no deserto rendeu generosos frutos, com 248 shows recebendo ótimas críticas e 137.7 milhões de dólares arrecadados. E apesar da residência ter acabado, este capítulo de sua vida não está completamente encerrado — ela está levando uma versão adaptada da Piece of Me para a estrada em 2018, e neste fim de semana (19-21 de julho) ela se apresentou no Borgata Hotel Casino & Spa em Atlantic City, Nova Jérsei — o lugar mais parecido esteticamente com aquele em que a Piece of Me começou.
Trazer a Piece of Me de volta a uma cidade de cassinos/hotéis parece conveniente para Britney; na noite de sexta-feira (20 de julho) o ícone pop estava focado, confortável e até mesmo feliz durante toda a setlist de quase 30 músicas, trocando sorrisos com seus dançarinos e fazendo caras brincalhonas em momentos variados (como numa parte em que finge desmaiar de exaustão no final de “Piece of Me”). Embora ela tenha resistido a uma febre de 39 graus apenas dias antes, a profissional de 36 anos não mostrou sinais de moleza — houveram giros do seu rabo-de-cavalo e batidas de cabelo exuberantes aos montes, tanto que você fica desejando que existisse uma drag queen nas proximidades para dar uma estalada na língua empática após cada uma.
Spears subiu no palco usando um chapéu e casaquinho; ambos foram descartados, o chapéu atirado na audiência e o casaco despido para ostentar seu físico tonificado — que, como qualquer pessoa que segue ela no Instagram sabe, é tonificado como se ela estivesse preparando-se para as Olimpíadas. Abrindo com “Work Bitch” e “Womanizer”, a coreografia charmosa e exuberante do show é (além do seu repertório de hits pop) seu ponto mais forte. Quando Britney assenta-se em um trono feito de dançarinos musculosos ou anda em cima de seus ombros em “Womanizer”, a reação dos fãs é ensurdecedora. Está claro que a Piece of Me Tour é comparável à administração do Papa sobre a multidão no Vaticano — no momento em que ela começa a dançar e as batidas eletro começam a tocar, ela já ganhou. Todos os espectadores estavam completamente arrebatados, gritando frases de endeusamento (“Ícone!” “Eu te amo!” “Lenda!” “Skinny legend!”) e alegremente ovacionando o começo de cada música (e por que não? A maioria eram clássicos pop consolidados, muitos para mencionar aqui, ou tesouros mais escondidos como “Break the Ice” do Blackout e “Touch of My Hand” do In the Zone).
As mudanças em relação à sua setlist de Vegas dificilmente causarão grande descontentamento entre os fãs — deixando as memórias nostálgicas de Crossroads de lado, alguém realmente precisa ouvir o cover de “I Love Rock ‘n’ Roll” em pessoa (especialmente considerando que o microfone dela é na maior parte do tempo abafado pela base pré-gravada) ou a colaboração boa mas fútil com Iggy Azalea (“Pretty Girls”)? Além disso, parte das músicas da setlist são um tanto unusuais. Como “Do Somethin’” — ao mesmo tempo em que é difícil chamar de ‘deep cut’ um single que teve um clipe, esta música atingiu o pico de #100 na Billboard Hot 100 e só aparece no finalzinho da sua compilação “Greatest Hits: My Prerogative” de 2004. Sendo assim, é uma faixa frequentemente esquecida em seu catálogo, e sua presença contínua na setlist da Piece of Me é um lembrete bem-vindo de que sua discografia de quase duas décadas tem mais delícias injustiçadas do que merece.
Os momentos de Vegas favoritos dos fãs continuam presentes, da intro misteriosa de “Toxic” aos figurinos tradicionais e bregas de “Circus” (o bigode em um dançarino em particular exala Eugene Sandow). Sim, ela ainda traz um membro da plateia em “Freakshow”, no qual ela os amarra num cinto e os chicoteia enquanto eles engatinham de quatro; em seu show no Borgata na sexta-feira à noite, Spears trouxe Steven, a quem ela distribuiu elogios que deixou a plateia cheia de inveja (“Você tem olhos lindos!” “ Ele não se parece com o príncipe de Enrolados?”).
Perto do fim do show, há um momento fofo em “(You Drive Me) Crazy” — como uma referência ao “The Stop! Remix” da comédia romântica teen de 1999 Drive Me Crazy, Britney grita “Stop!” e a música para. “Prontos para mais uma?” ela pergunta. A pergunta retórica é respondida com um rugido de afirmação, e o público é recompensado com uma “Till the World Ends” energética e cheia de confete, que inclui todos cantando junto com os “woah-oh-oh-oh’s” e uma reprise breve de “Work Bitch”.
Quando Spears deixou o palco na sexta-feira à noite, as luzes se acenderam rapidamente — para um espectáculo tão rigorosamente planejado, não haverá um encore não importa o quão agitada a plateia fique. Mas mesmo sem a plateia aplaudindo e gritando por mais, o amor elétrico por Britney Spears após o término do show era visível. Afinal de contas, é 2018 e Britney Spears — a maior sobrevivente na música pop do século XXI — ainda está na ativa, aparentemente satisfeita, presente e confortável em sua pele e legado. E para todos os fãs que passaram a maior parte de suas vidas almejando seu sucesso, vê-la ao vivo não é nada menos que uma peregrinação para alimentar a alma dos amantes do pop.
Obrigado ao fórum Rebellion pela tradução!
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